Discurso da Maçonaria do Paraná em solenidade que homenageou Tiradentes

 

Os três Grão-Mestres da Maçonaria do Paraná, Luís Mário Luchetta (GOB-PR), Marco Antônio Corrêa de Sá (GLP) e Cristian Flores (GOP), estiveram juntos na cerimônia em homenagem à Tiradentes.

 

O evento é tradicionalmente promovido pela Polícia Militar do Paraná para exaltar a importância de Tiradentes, que é Patrono Cívico da Nação Brasileira. A solenidade ocorreu na Academia Policial Militar do Guatupê, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba.

 

Anualmente os Grão-Mestres revezam a oportunidade de falar em nome da Ordem Maçônica no cerimonial. Neste ano, o Grão-Mestre do Grande Oriente do Paraná, Cristian Flores, fez o discurso, ladeado por Luís Mário e Marco Antônio.

 

Outros Maçons Regulares membros das três Instituições também prestigiaram o evento.

 

Confira abaixo a íntegra do discurso proferido pelo Grão-Mestre do GOP, Cristian Flores:

 

Em nome das três Potências Maçônicas tradicionais do nosso Estado: a Grande Loja do Paraná, presidida pelo Sereníssimo Grão-Mestre Marco Antônio Corrêa de Sá, o Grande Oriente do Brasil-Paraná, presidido pelo Eminente Grão-Mestre Luís Mario Luchetta, e o Grande Oriente do Paraná, o qual tenho a honra de presidir, bem como em nome da família Maçônica Paranaense aqui presente, com as entidades Paramaçônicas dos meninos da Ordem DeMolay, das meninas das Ordens Arco-Íris e Filhas de Jó, todos imbuídos do espírito cívico e do amor pela pátria que devem ser parte de todo cidadão, saudamos a todos os presentes.

 

21 de abril de 1792. No Largo da Lampadosa, Rio de Janeiro, era executado Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, hoje Patrono Cívico da Nação Brasileira.

 

Seu crime?

 

A coragem de enfrentar um modelo de governo que cerceava a liberdade, sufocava a esperança e confinava os sonhos do povo brasileiro sob um julgo de poder.

 

Em ato tal, onde coloca-se em risco, por um ideal, o bem mais precioso, que é a vida, há que se ter coragem… mas o que é coragem? É a capacidade de agir apesar do medo, do temor e da intimidação. Apanágio dos fortes e dos idealistas… estes que mudam o mundo.

 

Não há muito histórica e efetivamente comprovado a respeito da vida do Tiradentes. Intriga-nos se tinha barba profusa, ou não; se os seus cabelos eram longos ou era calvo, se alto ou gordo…

 

Independentemente da factibilidade e veracidade dos fatos que a história pode, ou não, comprovar, este dentista, boticário, engenheiro e militar, foi um homem descontente com o status quo da época e, tal qual um Don Quijote de la Mancha, entrou em uma luta que, pelo ambiente e poderio do julgo, não tinha condições de vencer… fato este que nos chama à reflexão já que muitas vezes o nosso intelecto aguçado nos enche de desculpas para não enfrentarmos as nossas batalhas, sejam estas internas ou externas e muitas vezes, por comodismo, nos submetemos e preferimos não manifestar efetivamente a nossa posição, mesmo sabendo que ao calarmos, consentimos.

 

A vida humana é uma sucessão de possibilidades. A cada instante traz em sí um novo desafio: o da escolha entre enfrentar racionalmente e com coragem os desafios ou ignorá-los, deixando que sigam seu curso, nada fazendo para mudar o curso da própria história abandonando o nosso dever.

Dever que é outra lição que Tiradentes nos trás.

 

Acostumados estamos a ouvir o clamor dos direitos… impugnamos nos nossos filhos os direitos, e a mídia nos incentiva a buscarmos e lutarmos por nossos direitos… mas muito nos esquecemos dos deveres de cada um de nós: dever de ser um bom filho, um bom pai, bom servidor, bom gestor, em fim, bom cidadão.

 

O Grande Mestre Jesus já disse: “Fazei ao outro, aquilo que desejais que ele faça por vós”. Esse singelo, ensinamento fala-nos do dever… do dever para com o próximo que vive em sociedade conosco trazendo, assim, o verdadeiro valor da vida.

 

Tomo a liberdade de citar aqui o Estadista, Prêmio Nobel de Literatura e Primeiro Ministro Britânico que disse:

 

“Qual o valor de viver, se não for lutar por causas nobres e tornar este mundo confuso um lugar melhor para aqueles que viverão nele depois que tivermos partido?”

 

Estas palavras sábias foram proferidas por nosso Irmão Maçom, Winston Churchill.

 

Nós, como Maçons, estamos habituados a interpretar os símbolos e, é provável, que tenhamos uma identificação tão estreita com Tiradentes porque este mártir, acima de tudo, é um símbolo… um símbolo que desperta em nós a vontade cívica de expressar e viver o nosso amor pela Pátria que tanto sonhamos e que idealizamos deixar para os nossos filhos e filhas.

Elizeu Barroso Alves

Grande Secretário de Comunicação

Fonte: maconariadoparana.org,br

 

 

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