Movimento e Ação

A vida é a perfeita relação de equilíbrio e simbiose entre a ação e o movimento. Pelo movimento nasce a ação, assim como a bela dualidade do ser e do rompimento da inércia, que, paradoxalmente, é o que em uma simultânea dança produz a continuidade do movimento, mas, em especial, o início de um estado de decomposição, diante da falta de ação e novos movimentos.

 

A dança manifesta da ação e do movimento luta pela vida, vencendo diariamente a morte do corpo e do espírito. Mas, o que é tal morte? Ora, a morte orgânica nada mais é do que a cessação de atividade das células. Não obstante, a morte espiritual é a preguiça manifestada e a falta de agir, de buscar, amar ou desejar.

 

A morte orgânica corresponde a ausência de ação e a nulidade de movimento, levando a matéria para a decomposição, em uma nova fase de ciclo, que é justamente o de putrefação da carne, onde a complexidade de combinações químicas em um curto período vão, progressivamente, retornando à simplicidade, com transformações naturais de retorno aos apenas comuns elementos, separados e em aguardo de conexões, para que, eventualmente, surja uma nova combinação complexa.

 

A vida humana é calor e o calor é resultado de atividade, ação e movimento. Sem tais, a vida se esvai, restando um corpo rígido que logo retornará à terra.

 

Contudo, a morte não somente é orgânica, apesar de quando há a morte do ser enquanto espírito, mente, tão logo o corpo sucumbe. A ausência de ação e movimento produz, em todas os âmbitos, ao menos, o distanciamento, a não empatia, o esfriamento do amor, do desejo, do ser.

 

Sem movimento ou ação o ser nada conquista ou perde o que ganha.

 

Portanto, o movimento e a ação imperativamente devem fazer parte de cada amanhecer, em uma árdua e perene disputa entre o próprio ser consigo mesmo, para romper a inercia e movimentar as engrenagens da vida, não somente física, mas também espiritual.

 

Andre Muniz Baptista

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